O Despertar do Selvagem: Contato com a Natureza Interior após Rituais

Após rituais com Ayahuasca, muitos sentem um chamado para o instinto, o corpo e a terra. Este texto explora o reencontro com o selvagem interior.

Introdução

Há um momento, após a cerimônia, em que o silêncio da mata parece falar mais alto. A mente se aquieta, os pés querem tocar a terra, o corpo deseja mover-se com liberdade. É o despertar do selvagem: uma força ancestral que vive dentro de nós, muitas vezes esquecida.

Este texto convida à escuta dessa parte instintiva, intuitiva e viva que se revela após estados expandidos de consciência.


O que é o selvagem interior?

O selvagem aqui não é o caótico ou violento. É o que pulsa com autenticidade, o que sente antes de racionalizar, o que se orienta pela natureza e pelo corpo. É o que sabe quando parar, quando avançar, quando calar. É o nosso pertencimento à vida que não se mede pelo relógio.


Por que ele desperta com a Ayahuasca?

1. A medicina dissolve as máscaras sociais

A Ayahuasca retira as camadas do personagem que usamos no cotidiano. O que sobra é o que é — e o que é, muitas vezes, é selvagem.

2. O corpo volta a ser oráculo

A escuta do corpo se intensifica. Movimentos espontâneos, desejos simples, sentidos ampliados. O instinto começa a guiar.

3. A natureza se torna espelho

A floresta, o fogo, a água, os animais. Tudo ganha presença e significado. O mundo natural se revela como parte de quem somos, não algo separado.


Como cultivar essa natureza no dia a dia?

  • Caminhar descalço
  • Escutar os ritmos do corpo
  • Cozinhar, plantar, tocar tambor
  • Sentar em silêncio perto das árvores
  • Honrar os ciclos (lua, tempo, emoções)

Não se trata de virar eremita — mas de deixar que o selvagem participe da vida cotidiana, com sua sabedoria silenciosa.


Conclusão

O selvagem não é o oposto do civilizado — é a base esquecida da civilização. Integrar o que desperta após a medicina é também permitir que o instinto, a natureza e o corpo voltem a ter voz.

Na dança entre o espírito e a terra, o selvagem caminha conosco.